terça-feira, 29 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Desejo a todos os meus Amigos...
Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais
e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
...
Carlos Drumont de Andrade
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
BE
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Uma casa iluminada...
domingo, 13 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Recordando os meus 12 anos...
Song sung blue
Everybody knows one
Song sung blue
Every garden grows one
Me and you are subject to the blues now and then
But when you take the blues and make a song
You sing them out again
Sing them out again
Song sung blue
Weeping like a willow
Song sung blue
Sleeping on my pillow
Funny thing, but you can sing it with a cry in your voice
And before you know, it gets to feeling good
You simply got no choice
[break]
Me and you are subject to the blues now and then
But when you take the blues and make a song
You sing them out again
Song sung blue
Weeping like a willow
Song sung blue
Sleeping on my pillow
Funny thing, but you can sing it with a cry in your voice
And before you know, it starts to feeling good
You simply got no choice
domingo, 18 de outubro de 2009
sábado, 17 de outubro de 2009
Sonhos
domingo, 19 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
sábado, 6 de junho de 2009
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Hoje é Dia Mundial da Criança
domingo, 31 de maio de 2009
sábado, 30 de maio de 2009
Aos cinquenta
Os anos já vividos trazem-nos paz interior,
abertura da alma para as coisas simples,
sabemos apreciarmos a delicadeza e a simplicidade dos pequenos gestos,
e a esperança que a chegada de uma nova vida nos proporciona.
(Só nos falta ser avós!!!)
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Vale a pena pensar um pouco...antes que seja tarde demais.
Por António Barreto
«O ano lectivo chega ao fim. Ouvem-se gritos e suspiros. Do lado, do ministério, festeja-se a "vitória". Parece que, segundo Walter Lemos, 75 por cento dos professores cumpriram as directivas sobre a avaliação. Outras fontes oficiais dizem que foram 57. Ainda pelas bandas da 5 de Outubro, comemora-se o grande "êxito": as notas em Matemática e Português nunca foram tão boas.
Do lado dos professores, celebra-se também a "vitória". Nunca se viram manifestações tão grandes. Nunca a mobilização dos professores foi tão impressionante como este ano. Cá fora, na vida e na sociedade, perguntamo-nos: "vitória" de quem? Sobre quê? Contra quem?
Esta ideia de que a educação está em guerra e há lugar para vitórias entristece e desmoraliza. Chegou-se a um ponto em que já quase não interessa saber quem tem razão. Todos têm uma parte e todos têm falta de alguma.
A situação criada é a de um desastre ecológico. Serão precisos anos ou décadas para reparar os estragos. Só uma nova geração poderá sentir-se em paz consigo, com os outros e com as escolas.
Olhemos para as imagens na televisão e nos jornais. Visitemos algumas escolas. Ouçamos os professores. Conversemos com os pais. Falemos com os estudantes. Toda a gente está cansada. A ministra e os dirigentes do ministério também. Os responsáveis governamentais já só têm uma ideia em mente: persistir, mesmo que seja no erro, e esperar sofridamente pelas eleições.
Os professores procuram soluções para a desmoralização. Uns pedem a reforma ou tentam mudar de profissão. Outros solicitam transferência para novas escolas, na esperança de que uma mudança qualquer engane a angústia. Há muitos professores para quem o início de um dia de aulas é um momento de pura ansiedade.
Foram milhares de horas perdidas em reuniões. Quilómetros de caminho para as manifestações. Dias passados a preencher formulários absurdos. Foram semanas ocupadas a ler directivas e despachos redigidos por déspotas loucos. Pais inquietos, mas sem meios de intervenção, lêem todos os dias notícias sobre as escolas transformadas em terrenos de batalha.
Há alunos que ameaçam ou agridem os professores. E há docentes que batem em alunos. Como existem estudantes que gravam ou fotografam as aulas para poderem denunciar o que lá se passa.
O ministério fez tudo o que podia para virar a opinião pública contra os professores. Os administradores regionais de Educação não distinguem as suas funções das dos informadores. As autarquias deixaram de se preocupar com as escolas dos seus munícipes porque são impotentes: não sabem e não têm meios. Todos estão exaustos.
Todos sentem que o ano foi em grande parte perdido. Pior: todos sabem que a escola está, hoje, pior do que há um ano. »
quinta-feira, 21 de maio de 2009
quarta-feira, 20 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Um Dia da Mãe em cheio...
Só falavas cá tu, Mafalda....
Easy Photo Sharing
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Feliz Dia da MÃE
sábado, 25 de abril de 2009
O Dia da liberdade
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
Sophia de Mello Breyner Andersen
Para revisitar ... 25 de Abril, Dia da liberdade
quarta-feira, 22 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
terça-feira, 31 de março de 2009
Dia da poesia II
QUEM ME COMPRA UM JARDIM COM FLORES?
BORBOLETAS DE MUITAS CORES
LAVADEIRAS E PASSARINHOS,
OVOS VERDES E AZUIS NOS NINHOS?
QUEM ME COMPRA UM CARACOL?
QUEM ME COMPRA UM RAIO DE SOL?
UM LAGARTO ENTRE O MURO E A HERA,
UMA ESTÁTUA DE PRIMAVERA?
QUEM ME COMPRA UM FOMIGUEIRO?
E ESTE SAPO, QUE É JARDINEIRO?
E A CIGARRA E A SUA CANÇÃO?
E O GRILINHO DENTRO DO CHÃO?
(ESTE É O MEU LEILÃO!)
CECÍLIA MEIRELES
BRANCAS
AZUIS
AMARELAS
E PRETAS
BRINCAM
NA LUZ
AS BELAS
BORBOLETAS.
BORBOLETAS BRANCAS
SÃO ALEGRES E FRANCAS.
BORBOLETAS AZUIS
GOSTAM MUITO DE LUZ.
AS AMARELINHAS
SÃO TÃO BONITINHAS!
E AS PRETAS, ENTÃO…
OH QUE ESCURIDÃO
VINICIUS DE MORAIS
segunda-feira, 23 de março de 2009
Dia 21 de Março, Dia da Poesia
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
é ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de aquem e de além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não ser sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
E seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
sábado, 21 de março de 2009
Finalmente a Primavera chegou.
Tem ramos este dia
e frutos em todos eles.
São ramos feitos de som,
de seiva e de poesia.
Viram-se os ramos para o céu
e pedem mais luz ao sol
e ar puro para respirar,
para que o verde seja a cor
que acende no nosso olhar
esse gosto natural
pelo que não pode acabar,
seja o fulgor de uma rosa,
seja a beleza do mar.
José Jorge Letria
quinta-feira, 19 de março de 2009
É Dia do Pai.
quinta-feira, 12 de março de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
Comemorações dos 200 anos do nascimento de Darwin.
«A evolução de Darwin - Uma exposição comemorativa»
Quer saber mais???
Veja aqui
domingo, 1 de março de 2009
Desafio da Marilac
O livro que estou agora a ler é:
"A viagem do Elefante" de José Saramago
Na pagina 161, a 5º frase completa é...
«E, no entanto, parece que tudo ali está perto, por assim dizer, ao alcance a mão.»
Desafio passado a:
Rita - de Dar asas à poesia
Mafalda - de Mundo ao Contrario
Leonarte - de Correntes de Arte
Eliana - de Anita vai ás favas
Carol- de Casa de palavras
E ficamos por aqui....
LEITOR - Um filme sobre um amor impossível
«O Leitor começa na Alemanha após a Segunda Grande Guerra Mundial quando o adolescente Michael Berg (David Kross) fica doente e é ajudado por Hanna (Kate Winslet), uma desconhecida com o dobro da sua idade. Michael recupera entretanto da escarlatina e vai à procura de Hanna para agradecer. Ambos são rapidamente arrastados para um apaixonado mas secreto caso amoroso. Michael descobre que Hanna adora que leiam para ela e a relação física entre eles intensifica-se. Hanna deixa-se cativar, à medida que Michael lê alguns clássicos para ela. Apesar da intensa relação entre eles, um dia Hanna desaparece misteriosamente e Michael fica confuso e de coração partido.
Oito anos depois, Michael é um estudante de direito que observa os julgamentos de guerra nazis e fica estupefacto ao ver Hanna novamente na sua vida - desta vez como arguida no tribunal. À medida que o passado de Hanna é revelado, Michael desvenda um grande segredo que irá ter impacto na vida de ambos.»
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
«O brincador» de Álvaro Magalhães
Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for.
Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for.
Quando for grande, quero ser um brincador.
Ficam, portanto, a saber: não vou para a escola aprender a ser um médico, um engenheiro ou um professor.
Tenho mais em que pensar e muito mais que fazer.
Tenho tanto que brincar, como brinca um brincador, muito mais o que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador...
A mãe diz que não pode ser, que não é profissão de gente crescida. E depois acrescenta, a suspirar: "é assim a vida". Custa tanto a acreditar. Pessoas que são capazes, que um dia também foram raparigas e rapazes, mas já não podem brincar.
A vida é assim? Não para mim. Quando for grande, quero ser brincador. Brincar e crescer, crescer e brincar, até a morte vir bater à minha porta. Depois também, sardanisca verde que continua a rabiar mesmo depois de morta. Na minha sepultura, vão escrever: "Aqui jaz um brincador. Era um homem simples e dedicado, muito dado, que se levantava cedo todas as manhãs para ir brincar com as palavras.»
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Neste Dia de S. Valentin
ESSA PALAVRA
Ana Vidal
Paira entre nós
essa palavra mágica e sagrada
que às vezes vem de sol incendiada
por uma ventania
devastadora e nua.
E outras vezes apenas se insinua
como uma leve brisa
que, soprando, desliza
envolvente e macia
Paira entre nós
essa palavra doce como mel
que, sem aviso, nos acende a pele
e nos aquece a alma
numa carícia quente
Mas num instante, caprichosamente
se faz cruel saudade
que nenhuma vontade
suaviza ou acalma
Paira entre nós
essa palavra de outra dimensão
que nos inunda os olhos de ilusão
como uma maré cheia
assim tão cegamente
que nos deixa à deriva, de repente
desafiando a sorte
nos faz trocar o norte
por cantos de sereia
Paira entre nós
essa palavra misteriosa e louca
que vai num beijo de uma a outra boca
rebelde, independente
com o poder de um Deus
E volta na tortura de um adeus
gravada a ferro e fogo
Um infindável jogo
que apenas se pressente
Paira entre nós
essa palavra assustadora e bela
que em gestos e sorrisos se revela
num olhar se anuncia
mas sempre tão subtil
que mal lhe adivinhamos o perfil
já se tornou em nós
o pensamento, a voz
o caos e a harmonia
Paira entre nós
essa palavra, eterna feiticeira
que nos encanta e fere a vida inteira
Que nos domina, enfim
assim impunemente
porque nela se oculta, estranhamente
tudo o que mais queremos
tudo o que mais tememos
tudo o que não tem fim...
©Ana Vidal
In: Seda e Aço
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Mar adentro
Um filme intenso...tocante...envolvente... apaixonante... triste...revoltante.
Um desempenho fabuloso de Javier Bardem.
Uma realização fantástica de Alejandro Amenábar.
IMPERDÍVEL
"Mar Adentro, Mar Adentro. Pequena vida que acabou no fundo, onde se cumprem os sonhos, onde se ouvem os lamentos. Tantas vontades para cumprir, teu olhar, meu olhar como um eco repetindo sem palavras “Más Adentro”, “Más Adentro”. Mais além do sangue e dos ossos lembro. Mas acordo sempre… e sempre quero estar morto. Sigo sem vida, preso nas tuas amarras para chegar ao meu porto."
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Não sei como dizer-te
Não sei como dizer-te que minha voz te procura
e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos
se enchem de um brilho precioso
e estremeces como um pensamento chegado. Quando,
iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
pelo pressentir de um tempo distante,
e na terra crescida os homens entoam a vindima
- eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.
Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
ao lado do espaço
e o coração é uma semente inventada
em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,
tu arrebatas os caminhos da minha solidão
como se toda a casa ardesse pousada na noite.
- E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
Quando as crianças acordam nas luas espantadas
que às vezes se despenham no meio do tempo
- não sei como dizer-te que a pureza,
dentro de mim, te procura.
Durante a primavera inteira aprendo
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
correr do espaço -
e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra cai da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me faltam
um girassol, uma pedra, uma ave - qualquer
coisa extraordinária.
Porque não sei como dizer-te sem milagres
que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,
que te procuram.
Herberto Helder
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
E vale a pena ser professor?
E vale a pena ser professor?
Claro que vale. E muito! Ser professor é a mais nobre dádiva à humanidade e o maior contributo para o progresso dos povos e das nações. E, como ninguém nasce professor, é necessário aprender-se a ser. Leva muitos anos de estudo, trabalho, sacrifício, altruísmo e até dor.
Um professor tem que aprender o que ensina, o modo de ensinar e tudo (mesmo tudo) sobre os alunos que vão ser sujeitos à sua actividade profissional. Mas não se iludam: depois de tudo isso um professor nunca está formado. Tem que aprender sempre. Um professor carrega para toda a vida o fardo de ter que ser aluno de si próprio. De se cuidar, de estar sempre atento, ter os pés bem postos no presente e os olhos bem focados no futuro.
Ser professor obriga a não ter geração. Professor tem que saber lidar com todas elas, as que o acompanham durante quatro décadas de carreira. É pai, mãe e espírito santo. E, para o Estado, ainda é um funcionário que, zelosamente, se obriga a cumprir todas as regras da coisa pública.
Por tudo isso, professor é obra permanentemente inacabada. É contentor onde cabe sempre mais alguma coisa. O professor é um intelectual, mas também é um artesão; é um teórico, mas que tem que viver na e com a prática; é um sábio, mas que tem de aprender todos os dias; é um cientista que tem que traduzir a sua experimentação para mil linguagens; é um aprendente que ensina; é um fazedor dos seres e dos saberes; mas é também um homem, ou uma mulher, como todos nós, frágil, expectante e sujeito às mais vulgares vulnerabilidades.
O professor contenta-se com pouco: alimenta a sua auto-estima com o sucesso dos outros (os que ensina), e tanto basta para que isso se revele como a fórmula mágica que traduz a medida certa da sua satisfação pessoal e profissional. Por isso é altruísta e, face ao poder, muitas vezes ingénuo e péssimo negociador.
O professor vive quase todo o tempo da sua carreira em estádios profissionais de enorme maturidade e de mestria. São estádios em que a maioria dos docentes se sentem profissionalmente muito seguros, em que trabalham com entusiasmo, com serenidade e com maturidade, e em que, num grande esforço de investimento pessoal, se auto conduzem ao impulsionar da renovação da escola e à diversificação das suas práticas lectivas.
Infelizmente, de onde devia partir o apoio, o incentivo e o reconhecimento social, temos visto aplicar medidas políticas, e expressar pensamentos, através de palavras e de obras, que menorizam os professores, que os denigrem junto da opinião pública, no que constitui o maior ataque à escola e aos professores perpetrado nas últimas três décadas do Portugal democrático.
Um ataque teimoso, persistente, vitimador e injustificado que tem levado o grande corpo da classe docente a fases profissionais negativas, de desânimo, de desencanto, de desinvestimento, de contestação, de estagnação, e de conformismo, o que pressagia a mais duradoira e a mais grave conjuntura profissional de erosão, mal-estar e de desprofissionalização.
Se não for possível colocar um fim rápido a estas políticas de agressão profissional, oxalá uma década seja suficiente para repor toda uma classe nos trilhos do envolvimento, do empenhamento e do ânimo, que pressagiem o regresso ao bem estar e à busca do desenvolvimento pessoal.
Importante, agora, será a persistência na ilusão. Os professores são uma classe única e insubstituível. A sociedade já não sabe, nem pode, viver sem eles. O Estado democrático soçobraria sem a escola. O novo milénio atribui aos professores funções e competências indispensáveis ao desenvolvimento da sociedade do conhecimento. O futuro tem que ser construído com os professores e as suas organizações. Nunca contra, ou apesar deles.
Ser professor é, portanto, tudo isto e muito mais. É uma bênção, é um forte orgulho e uma honra incomensurável. Quem é professor ama o que faz e não quer ser outra coisa. Mesmo se, conjuntural e extemporaneamente, diz o contrário. Fá-lo por raiva e revolta contra os poderes que, infamemente, o distraem da sua missão principal e, injustamente, o tentam julgar na praça pública, com cobardia e sempre com grave falta ao rigor e à verdade.
Como diria a minha colega Alen, ao longo da história mais recente a sociedade já precisou que os professores fossem heróis para que assegurassem o ensino nos momentos mais difíceis e nas condições mais adversas; já necessitou que fossem apóstolos para que aceitassem ganhar pouco; que fossem santos para que nunca faltassem, mesmo quando doentes; que se revelassem sensíveis, para que garantissem as funções assistenciais e se substituíssem à família e ao Estado; e que, simultaneamente, se mantivessem abertos e flexíveis para aceitarem todas as novas políticas e novas propostas governamentais. Mesmos as mais ilógicas e infundadas.
Porém, agora é bom que os mantenhamos lúcidos para que possam ultrapassar com sucesso este desafio, esta dura prova a que todos os dias se têm visto sujeitos e para que possam ver ficar pelo caminho as políticas e os políticos que os quiseram humilhar.
João Ruivoruivo@rvj.pt