quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Não posso adiar o coração


Fotografia de André Reis Duarte

Não posso adiar o amor
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o amor
nem o grito de libertação

Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa

2 comentários:

Carol Timm disse...

Querida Ana,

Que lindo poema!

Lindo mesmo!!

Não podemos adiar o amor... principalmente porque é a única razão verdadeira da vida.

Beijos,
Carol

Marilac disse...

Ana,

Concordo com Carol, que lindo poema!!!
Li encantada, sonhando com o meu amor..( meu noivo vive em Lisboa)

Eu precisava ler isso " não podemos adiar o amor..."

bjs,
Marilac